quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mapas e RPG - Parte I.

Os mapas e os jogos de RPG estão, desde o princípio do hobby, umbilicalmente interrelacionados, a ponto de que, até os dias de hoje, dificilmente uma aventura de RPG se desenvolve sem a presença de pelo menos alguns mapas básicos. Na medida em que os War Games dependem, todos eles, de mapas que expressem a situação tática do jogo e que permitam a visualização e o desenvolvimento dos combates e das batalhas, os jogos de RPG, fiéis à sua origem, incorporaram de imediato os mapas aos seus livros e suplementos.

Tanto é que, por exemplo, os primeiros mapas do Dungeons and Dragons, e de outros jogos tais como Tunnels and Trolls e Rolemaster, eram todos divididos em hexágonos, seguindo o padrão de segmentação do terreno adotado pela grande maioria dos War Games. Ao contrário dos jogos de guerra, porém, os mapas de RPG não serviam exclusivamente para permitir o desenvolvimento das batalhas. Paralelamente aos mapas de calabouços, labirintos e cenários de combate em geral, os livros de jogo traziam diversos mapas territoriais, que representavam os reinos, países e regiões que as personagens exploravam e habitavam.

Uma das marcas de Greyhawk, o mais clássico dos mundos de Dungeons and Dragons, eram seus belos mapas hexagonais, cultuados até hoje pelos jogadores que tiveram contato com esse material. Segue um exemplo abaixo:



Imagem retirada do blog Greyhawk Grognard


A análise teórica do papel dos mapas nos jogos de RPG perpassa por três eixos distintos,  que estão presentes em qualquer mapa de RPG: a forma de confecção do mapa, ou, quais materiais e recursos foram utilizados para a sua confecção; o estilo de confecção do mapa, ou, a partir da forma de confecção selecionada, quais elementos gráficos foram utilizados para o desenho; e a finalidade do mapa, ou seja, porque o mapa foi feito, tendo em vista uma aventura ou campanha específica. Além disso, é importante ter em mente como esses três eixos se relacionam, e, de certo modo, tornam-se dependentes uns dos outros.

Cada um desses eixos será discutido em um texto próprio. De todo modo, a primeira coisa que um mestre de jogo deve pensar antes de confeccionar um mapa, é se ele realmente é necessário para sua campanha. Conquanto tal pergunta esteja relacionada à finalidade do mapa, é importante fazer uma breve nota sobre ela ainda aqui. A confecção de mapas é trabalhosa e consome bastante tempo. É muito comum que até mesmo mestres experientes terminem perdendo tempo e energia criando e desenhando mapas que terminam tendo um uso apenas marginal no jogo, quiçá uso nenhum. 

Nesse sentido, é conveniente evitar a confecção de mapas que não terão verdadeiro uso para os jogadores. Não é toda taverna ou estalagem que precisa de um layout, nem toda vila necessita de um mapa para se tornar viva aos olhos dos jogadores. Em verdade, nem mesmo a maioria das grandes cidades requer tanto detalhamento. Apenas aqueles locais que realmente terão uma grande importância para a campanha, e que, ademais, precisam estar detalhadas graficamente, é que merecem a confecção de um mapa.

É claro que, bom, se você tiver tempo e estiver mergulhado um um surto de criatividade, vá em frente e mapeie tudo que lhe der vontade. De todo modo, mapeie por prazer - nunca é bom se sentir pressionado a mapear para uma determinada sessão de jogo. Como dito, são poucos os locais e regiões que verdadeiramente dependem de mapas para funcionarem dentro do jogo.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário